Noites brancas

Não durmo quando penso que tenho que dizer que não estou de acordo. Não durmo quando fico a pensar que devia estar longe donde estou. Não durmo em geral. Preocupo-me com o dia seguinte.

10 dias é muito tempo

10 dias depois do último post, depois de uma gripe valente, depois uma intoxicação e ao mesmo tempo de uma outra coisa que não se sabe o que é.
Ainda em simultâneo com o asco deste trabalho e com as dúvidas constantes de como prosseguir; com a certeza de que este já é o futuro de sempre.

Diariamente

Estou convencida que os problemas que sofro na pele são fáceis de acontecer, tanto os de cima como os meus.

* Os prazos que vou deixando passar e que copio da folha de ontem para a folha de hoje
* As prioridades que se alteram de dia para dia
* As coisas que são feitas repetidamente porque depois se pensou melhor, outra e outra vez, ad-nauseum
* A gestão de projecto ausente

E lembro-me de quem no meu lugar já teria feito um banzé.

Agora

Primeiro um sorriso do tamanho do mundo e depois as lágrimas, cada vez mais fáceis e frequentes. O que é que do meu triângulo corre mal? Ou, por outro ponto de vista, o que é que do meu triângulo corre bem?

Birthday Girl

Mais do que qualquer outra coisa, fazer anos acaba por servir como reality check à nossa interacção com os que fazem a nossa vida. Todos os que me escrevem, ligam, arranjam tempo para estar comigo, usam o mensageiro e assim por diante. Bom.

Weekend

Cinema - Babel
Livro - The Sperm Wars
Guia - Ainda o Bolo Rei da Nacional
Vida - Moving the house

Reciclagem, agradece-se

Quando me disseram que era óbvio que eu poderia ser Lobbyist eu arregalei os olhos e torci-me por dentro. Ainda lhes disse 'Se calhar estavam a pensar Activista...' Mas não, reafirmaram a convicção e eu, de olhos em viés, mantive a minha convicção de que para isso o meu jeito era nulo.
E ontem confirmou-se quando alguém me dizia que não reciclava porque o resto da sociedade não estava preparada e portanto o impacto era nulo (para além de argumentos como falta de espaço, etc). Acho que não me mexi, mas senti as bochechas a ferver e a voz a alterar com a lassidão e os argumentos fracos que iam tão contra aquilo em que eu acredito. Não acho que tenha convencido ninguém mas eu, continuo com a máxima 'Think globally, act locally" porque só com a acção individual vamos a algum lado.

Opinionated

Eu que tenho mais opinião (sobre tudo) do que deveria ser permitido, ultimamente tenho aprendido a dobrar a língua e a ficar caladinha, com muita coisa atravessada antes de saír, a bem da feliz convivência no trabalho e na família.
Que isto de viver em paz e harmonia passa tantas vezes por não começar conversas nem dar respostas que possam não prosseguir da melhor maneira. E agora que já vejo os problemas a vir à distância, ando a aprender a contar até 100, sossegadinha e sem revirar os olhos, e a morder a língua até ficar com muitas aftas.
Resta saber se a equipa e a família apreciam e se de facto vale a pena mudar assim.

O futuro de hoje

Sinto cada vez mais que hipoteco o presente à espera de um futuro que não tenho a certeza de que vá chegar. É o "Talvez no mês que vem porque neste já se viu que não" e o ano a seguir a este de paragem, de interregno, de mudança, de corte com o actual que faz repensar cada decisão que se tem para tomar.
Cada dia de hoje é simplesmente o dia antes do dia que está para vir.

Como ouvi dizer, "They say life is what happens when you're busy making other plans.”

Quando for

O meu maior receio para o futuro que possa dar é que não seja tão bom como o passado que recordo.

(Sem) Vocação

Ao meu lado há quem comece muitas frases com o 'Once, when I was in Sweden...', e eu, que nunca ou raramente as começo com o 'Once, when I was in the US...', passo poucos dias sem pensar no que foi, no que se passou e como isso me fez ser aquilo que hoje sou.
O Mr Gill que, para além de outra pessoa, fez com que tirasse uma licenciatura em matemática era o professor não brilhante, mas certamente brilhante, que era professor de matemática por gostar dos alunos mas que, principalmente, tinha uma paixão por livros e literatura.
Pode-se fazer o que se gosta sem se fazer o que se gosta e essa é a verdade escondida que eu tento encontrar e que tento que à minha volta se perceba.
E neste trabalho de que não gosto, e de que também não gosto, passo o tempo à espera que chegue o primeiro gosto. O segundo penso que não chegará, simplesmente porque não existe.

It's ok!

Esta amizade improvável pode ser exactamente aquilo que me fazia falta e que não me vai deixar arrumar os desejos inconfessáveis e incompatíveis com a vida que prevejo:

* Cantar sem saber as letras, a música ou sem saber de que canção se trata
* Andar de scooter pela marginal
* Comer bolo de chocolate sentada no passeio
* Tecidos de leopardo em roupas inenarráveis
* Não ser racional
* Não justificar queixumes e lamentações
* Festivais Indie
* Amores e ódios repentinos
* Roque éne Róle

Início de 2007

Já tenho idade para saber que as resoluções grandiosas raramente dão em alguma coisa; claro que quero ser uma melhor pessoa, desejo a paz no mundo e anseio por uma felicidade plena. Mas nem estes desejos são mensuráveis nem estão na minha mão. Por isso, as minhas resoluções para este ano são pequeninas e absolutamente fazíveis:

* Aprender mais sobre a reciclagem e praticar a reciclagem caseira
* Usar sacos de pano sempre que possivel
* Fazer uma dieta DASH
* Fazer três projectos crafty
* Associar-me ao bookcrossing
* Aprender conceitos básicos de html

Bom ano!