quinta-feira, março 29, 2007

Vida

Já foi há anos mas ainda me lembro do dia em que soubemos da morte do pai do Nuno. Eu, embeiçada ao lado dele, a dizer que percebia o que ele estava a sentir e que depois passava, que era mesmo assim. E alguém que me disse de raspão e com tom viperino que não percebia mesmíssimo nada, que morte de avó ou de amigo não é a mesma coisa que de um pai ou de uma mãe. Eu encolhia os ombros e fazia olhos encarneirados.
Agora que sei digo que é. A morte de quem nos está próximo do coração traz a mesma dor no momento, a falta posterior poderá ser diferente. E estar lá só faz diferença para quem fica, nenhuma para quem vai.

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