quarta-feira, maio 31, 2006

A primeira vez

Depois de um curto e incisivo 'Repetes o que eu fizer', ficam-me as (mesmas) preocupações:
- Devo dobrar os joelhos ou esticar-me e ficar de rabo espetado
- Toco ligeiramente, toco sem dúvida ou basta o gesto
- Toco nos dois em simultâneo, num a seguir ao outro ou basta um
- Se há duas pessoas com quem tem que se repetir o cumprimento e alguém o faz antes de mim, posso começar logo ou espero que o anterior acabe

A dificuldade psicológica do choque intercultural.

terça-feira, maio 30, 2006

Regra 3 X

Se a tia Quita pesava 57 kg e agora pesa 77, então eu que peso 63, daqui a trinta anos irei pesar...

sexta-feira, maio 26, 2006

Mão de vaca

Ainda criança, aprendi dois métodos de enriquecer que durante muito tempo julguei que fossem os únicos, e mesmo hoje em dia, me apanho a pensar neles com frequência.
Num dos extremos, a ilegalidade e o mau carácter, lido numa revista do Tintim. Um construtor decide não pagar ao homem que colocou o andaime 'Eu não enriqueci pagando aos outros. Mesmo quando eles merecem'.
No outro extremo, família afastada do lado paterno que se debatia com dificuldades e que um dia anunciou que tinha comprado uma casa na Aldeia. Eu arregalei os olhos de espanto e perguntei à minha mãe como é que era possivel que quem tinha tantos problemas conseguisse comprar uma casa (tentando imaginar o papel que o andaime poderia ter na vida destas pessoas). A resposta da minha mãe foi simplesmente 'Fazendo a conta ao número de carcaças'.
Porque houve um tempo em que dependendo do número de carcaças o padeiro ficava sempre com o troco porque nunca tinha moedas pequenas para devolver. E de tostão em tostão (literalmente) se amealha para uma casa na Aldeia.

Mais tarde aprendi noções de excedente e valor para o consumidor e custo de oportunidade, mas os dois episódios são muito mais marcantes para mim. 62 euros compram quantos papo-secos?

quarta-feira, maio 24, 2006

College Application = Job Application

Quando estava nos Estados Unidos, na febre da candidatura às universidade, lembro-me que havia sempre uma pergunta que era essencialmente porque é que a faculdade devia aceitar aquele candidato e que, numa das vezes, eu escrevi:
'My friends and family are driving me crazy, please take me.'
Agora na cover letter só me apetece escrever 'My current job and colleagues are driving me crazy, please take me.'

Preparação, II

One should always prepare for the worst and then hope that it doesn't happen.

terça-feira, maio 23, 2006

First Lady

Ultimamente tenho pensado com frequência no papel da primeira dama, se é e deve ser um papel secundário e até onde vai a sua esfera de influência.
Se há um lugar para ficar em segundo plano e se isso faz sentido no âmbito mais alargado da vida.
Se esse segundo plano é falso porque qualquer lugar é apenas o que se fizer dele.
Se o segundo plano está de tal forma desajustado da realidade e do papel actual da mulher que já não é apreciado, esperado ou mesmo adequado.

E se colocar este post como First Lady e não como First Gentleman não é imediatamente pôr o pé na boca.

segunda-feira, maio 22, 2006

Angústia

No sábado, e em palavras, ele pôs o dedo na ferida de uma das dualidades em que vivo: gosto do mundo dos negócios porque gosto ou gosto porque tenho medo de estar a perder alguma coisa.
Perdemos a exposição da Frida. E eu pensei em há quanto tempo não ia almoçar ao CAM.
Comprado e iniciada a leitura do último livro do F.Lourenço.
Mais um episódio do 'Commander in Chief'.

quinta-feira, maio 18, 2006

Salvar o mundo

Tenho uma noção muito clara da minha pequenez e limitações. E conheço-me o suficiente para saber que nunca serei pessoa preparada ou sequer tentada a mudar o mundo inteiro. Reconheço o que está mal e reclamo muito, mas não tenho nem stamina nem perfil para grandes vôos. Admiro muito quem o é.
Mas eu, aos dias de celebração da Terra, ambiente e etc, festejo-os comprando toalhas de papel de cozinha de papel reciclável. Não tem grande glamour mas acredito que muitos pequenos fazem um grande e que nem todos têm que salvar o mundo sózinhos.

quarta-feira, maio 17, 2006

Porque sim

Apesar da pressão que sinto do que me rodeia, continuo a pensar e a defender que o que sinto, digo e penso não tem que ser regido por regras de racionalidade. À medida que o tempo passa sinto-me cada vez mais com o direito de dizer simplesmente 'porque sim' e aceitar isso como razão mais do que suficiente para justificar o que quer que seja.
Como dizer que um livro de que estava a gostar perdeu algum interesse porque descobri que o autor tinha bigode.
Às vezes apanho-me a ensaiar argumentos para uma posição que não tenho de facto porque me permite exercitar a capacidade de lógica e retórica, e isso são bens que não se podem perder. Mas não passa de um exercício.
Gosto de artigos de opinião porque sim, não gosto de autores de bigode porque sim. Um gostar não tem que se justificar.

terça-feira, maio 16, 2006

Leituras

Terminado o 'O deus das pequenas coisas', mais por teimosia do que por vontade real.
Iniciado o 'O mundo é plano' porque o mundo está a mudar e o amanhã está já ali. E o meu amanhã passa mesmo pela Índia.
Ouvido no 'Les Maternelles', o ritual do deitar das crianças. Porque o desejo útil para o futuro.

segunda-feira, maio 15, 2006

Preparar, preparar, preparar

Impressionou-me no 'Commander in Chief' de ontem a forma como há preparação e responsabilização de tudo. Preparação de vários dias para perguntas difíceis que sabe que vão seguir.
Tão pouco como cá, em que perco tempos infindos porque ninguém pensou nos assuntos ou preparou reuniões. Ou então, em que se pensou que tudo ia correr bem e nunca se delineou um plano B e depois se fica de cara à banda com a mais simples das perguntas que, por acaso, deita tudo por terra.
Às vezes queria voltar para lá.

quinta-feira, maio 04, 2006

Quem é?

Cachimónia s.f. [pop] cabeça; juizo; memória; capacidade (do port. ant. cacho [=pescoço]?)
Catchimonia s.f. diz-se de palavra misteriosa; com significado obscuro; adaptação fonética inglesa de cachimonia