Fim de 2006

Sabendo que se me organizasse fazia o trabalho sem chatices de maior, a pergunta que se coloca é se conseguirei em dois dias fazer tudo o que deveria ter feito em dois meses e conseguir entrar no novo ano com a folha limpa.

Natal 2006

Num Natal que ficou marcado por mais parecer o Natal dos Hospitais, mais do que a tristeza deste, vieram ao de cima todas as memórias lindas dos que passaram há muitos tempos atrás.

...

Da mesma forma que quando nos chateamos e damos um pontapé na pedra o pé que se magoa é o nosso, também as nossas pequenas vitórias são nossas, não dos outros.

Merry Christmas

Não me convencem a não gostar do Natal. Mesmo se o que se vê é feio, as iluminações agora são patrocinadas por grandes empresas e em casa sou a única a ficar contente e por vezes até tenho dificuldade em aguentar perante a indiferença.
Mas gosto dos enfeites, de mandar cartões, de pensar em prendas, de passar as tardes a fazer bolachas e de decidir menus para as refeições partilhadas por mais dos que os que são habituais.

Entretanto, duas prendas de mim para mim que chegaram hoje:
* Uma serigrafia da Ana Ventura e
* Um colar de botões da Claudia

Cromoterapia

Gosto de misturar cor-de-rosa com vermelho, com cor-de-laranja, com verde e com castanho. E ao contrário também. Gosto da cor em mim e no que está à minha volta. Não gosto nem de creme nem de castanho. Nem em mim nem à minha volta.
Não gosto de salas sem cor porque me deprimem. Gosto de papéis autocolantes, sózinhos ou aplicados. Gosto de flores e gosto de cactos.

Jantar Anual

Resta saber se o comentário fraterno tinha razão de ser e se tornou verdade tão cedo que até foi inesperado ou se e mesmo uma patetice, como ele depois afirmou.

13 Dezembro - Anos do Pedro

Da festa de ontem ficou-me:

* Um ganchinho com flor
* Um menino pouco sociável
* Um menino malcriado
* Dois meninos tagarelas
* Umas meias bordadas com sapatos baixinhos
* Uma quiche de alho francês melhor do que as melhores que já comi
* Amigos que atravessam um mau bocado
* Um futuro pai que não cabe em si de contente
* Votos vários para a Expo Sul
* A noção de se pertencer

I heart you

Trinta dias de vida comum e de tudo o que vem com ela.

CAF

Começámos a falar porque se sentava na minha diagonal, de costas para mim e desde sempre que me lembro de gostar dele. Da sua calma, do tom ponderado, da honestidade com que se encara e dos livros que lê. De todas as coisas que sabe e do lugar que a família lhe ocupa.

E foi de todos os que souberam quem me deu o maior insight sobre a minha relação quase obsessiva com o EPC. Se calhar nem se lembra mas para mim foi o ponto de viragem.

Anita Martha Stewart

Numa entrevista dizia a Martha Stewart que do que ela mais gostava era de andar de aspirador na mão, sempre a limpar. Eu que não sou nenhuma MS e que gosto mais de ir a festas do que de andar a limpar, reconheço que gosto imenso dos confortos do lar. Que arrumar gavetas, escolher o amaciador e saber o segredo para umas janelas reluzentes são coisas que me enchem as medidas e que deambular a pensar em que sítio pôr o quê me dá mais sossego do que ficar deitada no sofá. E que isso não ser tratar de um fundo imobiliário ou definir a estratégia de qualquer grande empresa também está muito bem , e é assim mesmo.

Plano de leituras

1. Comecei a ler o O Diabo veste Prada depois de termos ido ver o filme e eu ter pensado que certamente o livro seria melhor que o filme porque os livros são sempre melhores que os filmes. Na lua de mel, perdidos na serenidade do Alentejo e apostados em não fazer rigorosamente nada, comprei-o e comecei a lê-lo. Só o acabei este fim de semana, com dificuldade e vontade constante de o deixar de lado, e provando o que já todos sabemos, que qualquer regra tem excepção, e neste caso o filme ser manifestamente melhor que o livro (ainda que numa escala alternativa).

2. De cabeça ainda no post anterior (e no post dentro do post) recuperei de casa da mãe o De Profundis Valsa Lenta, que agora me vai acompanhando. Não me imagino na mesma situação e nem isto se trata do meu pessimismo exacerbado a vir de novo ao de cima mas de repente precisei de o ler para saber.

3. Por pouco tempo ficam na gaveta os diários das ansiedades, dos artistas e dos cientistas, que chegaram ontem para em breve se transformarem em prendas de Natal e que eu quero aproveitar para mim antes disso.

4. Quando a semana passada, na hora de almoço, a Mónica decidiu comprar o Bilhete de Identidade e eu fiz cara de saber do que se tratava, ela perguntou se, também eu, tinha visto a reportagem na televisão. E eu respondi que não, que como tantas coisas agora tinha sabido por um blog - no caso o da Rosa - o canal que é o opinion maker do momento.

Memória

Passei mais de 3 dias a pensar como se chamaria o arroz que era amarelo, tinha carnes variadas e lulas e por cima levava tiras de pimentos morrone.
Em desespero de causa fui ao Pantagruel que está na cozinha e percorri seis colunas de índice de receitas com arroz.
Arroz à Valenciana.
Há seis meses foi igual. Aqui.

Transparência

Reconheço que, salvo honrosas excepções, os meus posts são crípticos e enigmáticos e apenas fazem sentido para duas pessoas. Mas quando ele me disse que eu escrevia unicamente para ele, disse-lhe com a segurança de quem já pensou no assunto que escrevia era para mim. Por vezes a escrita é tão torcida que mesmo ele não sabe a que me refiro e eu tenho dúvidas se daqui a algum tempo eu própria saberei qual a origem de um determinado post. Tenho noção que se escrevesse num caderninho só meu, escreveria mais claro, sem meias palavras e mais descritivo (mas também menos introspectivo) mas o saber que posso ser lida a qualquer momento e que isso me leve a uma exposição não pretendida faz com que tenha que ser assim mesmo.

Dentro d'horas

Durante muito tempo, cada vez que ia à baixa pensava como era possivel que tanta gente que trabalhava tivesse precisamente escolhido esse dia para meter férias e ir passear.
Hoje já sei que não é assim, que há muita gente que tem um trabalho que lhe permite ir passear a meio da tarde. Na família não têmos desses. Lamentavelmente.

A nossa casa

Porque quem posta dois num dia também pode postar três, estou cá.
Depois de duas feias discussões sobre a nossa casa, a nossa futura casa, o nosso ninho nos próximos tempos e de continuar a achar que tenho razão que a forma dele não foi mesmo a melhor também tenho que reconhecer que o meu conteúdo, friamente, não faz sentido. Que em tantas coisas continuo a pensar como há trinta anos atrás, que quem não estivesse em Lisboa não via filmes Indie, não tinha exposições e não sabia o que era o mundo.
Mas agora não é há trinta anos e a globalização tornou-se a palavra mais pronunciada de quase todas. E bater o pé a não estar em Lisboa e não viver num apartamento poderá mesmo não ser a coisa mais inteligente de se dizer (mediante condicionantes que todos sabemos).

Em actualização

Os posts que estão (e ainda bem) em constante actualização:
* Os meus desejos egoistas para este Natal (ou para qualquer outra altura)
* As incursões no novo mundo

Trabalhos e perfis

Já é o segundo caso em que a continuidade é quebrada por falta de adequação do perfil. Apenas sei deste caso, que do outro só vou ouvindo ao longe e nem sei o suficiente para me pronunciar.
Mas custou-me ouvir a história e as razões e o percurso e a forma como as coisas aconteceram. E custou-me dar razão ao outro lado, ao que não me é próximo, e não o ter conseguido esconder como deve ser.
Não perceber prioridades, objectivos e enquadramentos dá mau resultado. Agora são três meses.

Promessas impossiveis

Quando me prometi que não pensaria nisso a cada momento e que cada dor e cada dia não ficariam em remoinho dentro da minha cabeça nunca pensei que fosse tão difícil de cumprir.
Falho.

Wishlist de Natal

* M - Sara Tavares
* M - Mariza - Tim, Mariza e Mário Laginha
* V - Ana Ventura
* V - Bela Silva
* V - Cartões Moo
* L - José Agualusa - O ano em que o zumbi tomou o rio
* O - Um guarda chuva
* O - Um cesto para pôr a roupa para coser

Discurso

Na cerimónia de entrega dos óscares no ano em que o Dustin Hofman foi galardoado como melhor actor pela sua actuação no filme 'Rain Man - Encontro de irmãos', já depois de ele o ter recebido e de outro alguém estar a receber um outro óscar, essa outra pessoa disse algo do género: " O Dustin está lá atrás nos bastidores, quase a ter um colapso porque agradeceu a toda a gente menos ao Tom Cruise que foi fundamental para ele estar aqui esta noite, na condição em que está."
No nosso casamento, quando decidi falar, também disse quase tudo o que queria dizer menos o fundamental de referir o privilégio que é ter todas aquelas pessoas na nossa vida, todos os dias.
Infelizmente não há ninguém a seguir a mim que o possa dizer à mesma assistência.

Tendências

O E. falava-me da fricção constante dos comportamentos que tornava tudo impossivel; com o A. batia com a porta quando o carro parava no semáforo; e agora, tenho discussões improváveis em parques de estacionamento.
A tendência vem de dentro ou está na escolha?

O outro lado

Asenhora que está a fazer o meu segundo fato mora na Zona J, num complexo de habitação social. Mas no caixote tem os cartões das caixas de encomendas da Amazon, em cima do frigorífico tem uma Kitchenaid, e no armário reluz um serviço completo da Vista Alegre. E porque é que quem de facto não tem fica muitas vezes de fora neste jogo de roleta?

E eu que tantas vezes digo ter noção do que as coisas são, apanhei-me a dizer 'A minha empregada é tão humilde... nem sequer tem telemóvel', mostrando assim que todos nós perdemos a cabeça e o pé neste mundo e dias que correm.

Há outro mundo a acontecer

Não fosse por outras coisas que não têm nada a ver e estaria tão, tão contente...

Prova

Ainda não tinha começado e eu, olhando à minha volta, via com deleite, orgulho e um coração que quase não cabia dentro de mim, que não havia outro igual a ele.
A meio, já para o fim, nem precisei de olhar à volta para ter a certeza que não havia mais nenhuns iguais a nós.
Foi uma prova, claro, mas decididamente não foi dos nove.

Playlist - from Wikipedia, the free encyclopedia

In its most general form, a playlist is simply a list of songs. The term has several specialized meanings in the realms of radio broadcasting and personal computers.

As music storage and playback using personal computers became common, the term playlist was adopted by various media player software programs intended to organize and control music on a PC. Such playlists may be defined, stored, and selected to run either in sequence or, if a random playlist function is selected, in a random order. Playlists' uses include allowing a particular desired musical atmosphere to be created and maintained without constant user interaction, or to allow a variety of different styles of music be played, again without maintenance.

All on my mind.

Rosa

Tanto tempo que a demorei a encontrar e que falta que me fazia sem eu saber.

Princípios

Há que tempos que me preocupa o facto de achar alguma piada aos modelos Tommy Hilfiger e de cada vez mais ter vontade de comprar umas calças, uma camisa ou até mesmo um soutien. Ansiosa porque quase cedo à tentação de comprar a quem diz à boca cheia que desenha para WASPs de classe alta e que se soubesse que as minorias iam comprar que não teria desenhado tão bem nem com tanta qualidade e isso me custar mais do que dar o preço que cada peça destas custa.
Foi por causa de tudo disto que fiz uma pesquisa melhorada e que vi que é mentira e que ele nunca foi ao programa da Oprah dizer isso. Mas verdadeiramente qual das campanhas é mentira?
Por agora continuo a não comprar. Mas se ceder já vou mais serena.

Mariana dixit

Perante o pai que dizia 'Eu acho o jornal bastante umbilical...' interrompeu logo ela 'O quê?!?!? Comeste um bollycao?'

Notes to self ii

Aahh... o prazer de estar em casa de manhã, de janelas abertas a ouvir a minha música. Só isso. E tudo isso.

Sempre atrás dos outros

Continuo a não ter conta própria no Flickr (Não tinha mas já tenho), não me dou com as máquinas digitais, nunca comprei no eBay nem num supermercado nacional online e por mais que tente não consigo entrar em condições no bookcrossing.
Mas vou ter um ipod (já o tenho e vou aprendendo) e ainda me valem as compras compulsivas na Amazon (Já começaram as que são a pensar no Natal).
Desejo para este Natal: que todos os presentes para os meus sejam comprados online, daqui e dali (Ainda não será este ano mas quem sabe se não será no próximo?)

Notes to self

Passar parte do dia ao ar livre, ir ver coisas que não se vêem todos os dias, passear ainda que só um bocadinho pequenino, depositar o carro e andar 5 minutos, não custa, faz bem e o humor melhora várias centenas por cento.

Fazer coisas sózinha quando ele diz que espera ali fora não é assim tão mau; e aceitar isso e portanto levar o tempo certo a fazer e ver o que se gosta de fazer e ver apesar dele estar ali fora e se poder aborrecer não é terrivel para nenhuma das partes.

Perguntas (ainda) sem resposta

* Se gostamos de comer em casa, é mais barato, mais saudável e até já nem experimentamos restaurantes novos então porque é que vamos (quase) sempre comer fora?

* Se gostamos de ir a exposições, concertos, de ver dança e fotografia e até ouvir ópera porque é que acabamos (quase) sempre em casa a aboborar com um video (muitas vezes) pouco interessante?

* Se eu gosto de passear sem destino e de andar a pé porque é que só ando para fazer exercício e não como actividade em si?

Os outros

Há momentos em que nos outros só vejo qualidades. Não apenas qualidades genéricas mas todas aquelas que desejaria ter e não tenho.
Especialmente nas pessoas lidas e não tanto nas pessoas vividas. Que tipo de filtro aplica quem se escreve que me aparece tão brilhante?

Televisão

Não me lembro de alguma vez ter tido uma relação de dependência com a televisão mas sei que a uso como veículo para outras coisas de que sou dependente. Ontem contei os livros que tenho por causa de programas em que falaram deles. Os dedos das mãos não chegam. E o "No sofá Vermelho" foi durante tempos a fio o meu programa preferido.
E lembrei-me de alguém que se admirou ao ver na minha casa um aparelho televisor pequenino e uma grande colecção de CDs e que me disse que há sempre um efeito de compensação, e que quem não liga à televisão tem muitos discos ou coisas do género.
Tentei explicar que não era uma questão de não ligar mas de ter um propósito que pode ser perfeitamente alcançado com um aparelho pequeno.
Mas achei que não valia a pena dizer-lhe que aquela televisão tinha menos de 5 anos e que antes tinha uma ainda menor, a preto e branco e com antena interior.

Agora vejo cada vez mais programas de televisão em absoluto e menos como canal para o resto. E tenho alguma pena.

Lista, listra

Penso que era bom dar a dica para bicicletas, frascos de perfume (sem conteúdo) e garrafas de água para pôr à noite na mesa de cabeceira. Gostava de ter tachos Le Creuset, quadros da Bela Silva e garrafa(s) Barca velha.

Daqui ou dali

Veio de repente. Uma enorme vontade de livros e discos. A correr, inesperada e sem ninguém a chamar. Vais-me desculpar se o vestido não tiver cor convencional, se o cabelo estiver torto e os convites aparecerem só com letras na folha de papel. Estou com a cabeça noutras coisas. Anseio pela vida nova e quero manter o melhor da vida velha. Descubro Sigur Rós, Zero 7 e Douglas Coupland. Mas ainda não me consigo livrar do Barry White. Faz-me isso, sim?

Onde estavas em 2002?

Penso muitas vezes que aquele fim de tarde na Mexicana foi a melhor e mais acertada coisa que fiz na vida. Penso muitas vezes que tenho muita sorte.

Bondade

Não pratico e não percebo a magnanimidade. A minha paleta dos sentimentos pende-me mais para os ciúmes, a inveja e o queixume.
Quero o melhor dos outros e não estou disposta a partilhar o meu melhor. E portanto quando eu tenho aquilo que mais ninguém tem é para eu ter e mais ninguém ter.

Wish list

- Dois quadros de azulejo
- Cortinados de crepe
- Uma vaca para fazer companhia aos patos na cozinha
- Livros lidos pela manhã
- Um candeeiro de pé alto do lado que (ainda) não é o meu
- Viagens na cidade sem destino
- Um fotolog

Para trás e para a frente

Creative, go-getter atittude. Avid reader.
Sempre mais e melhor.

Realidade

Já se passaram 4 dias e continuo sem conseguir livrar-me desta sensação de que estou completamente afastada da realidade e que tenho que combater isso.
Começou com o filme 'Os Lisboetas' e continou ontem com a conversa com a coleguinha que falava chocada de como tinha posto coisas para deitar para o lixo e a empregada tinha pedido para ficar com elas. E verdadeiramente 'O que é que ela pode querer fazer com coisas velhas?'.

Sinto-me demasiado protegida. Carro, trabalho, carro, casa. Sem saber o que se passa, como se vive e o que as coisas são. Sem capacidade de intervenção porque não sei como é.

Como é que se mede?

Lembro-me de um tempo mais simples na minha vida. Em que as pressões internas e externas não tinham grande peso, ou mesmo nenhum. Não tinha a pressão da performance e de os outros estarem a fazer e eu não.
Não me lembro se a pressão não existia de todo ou se existia e eu não dava por ela, optando por a ignorar.
Era melhor.

Ignorância

Apanho-me frequentemente a pensar que tudo é muito mais simples para quem não sabe. A partir do momento em que se tem conhecimento do que quer que seja, as acções e atitudes ficam sempre condicionadas pela informação que têmos. Há muitas coisas que preferia não saber.
Há muitas outras coisas que sei e tenho pudor em confessar.

To whom it may concern

If, whenever you ask me, I reply that I don't care, please know that I am lying. I do care. And I hope my standard answer will soon change.

Como os outros o vêem diz muito mais de si...

Uma disse-me que eu tinha um humor fantástico e que devia estar no teatro ou coisa do género; outra que não me imaginava nada nos Agentes, a contabilizar bónus e a aturar bigodistas… e que tenho uma personalidade muito mais para a área criativa e afins.
Elas falavam, eu sonhava com o tricot vintage e kitsch... Também não era um sonho muito estimulante.

Em compasso de espera

porque ainda não aconteceu nada.

Oscar

Nem o número Seis nem Refrigerante. Oscar.

Memória

Ao almoço ele falava-me animado do filme a 'Guerra das Rosas' e eu dizia-lhe que tinha gostado mais do outro. E repetia 'O outro, o outro...' sem que me saísse mais nada. Para tentar ultrapassar acrescentei sem sucesso ' Com a gorda, a Roseanne... E aquela muito conhecida das Contes de Madison County' (não é um erro, eu disse Contes em vez de pontes).

Ele disse She-Devil e Meryl Streep sem esforço rigorosamente nenhum. Eu fiquei angustiada.

Gosto...

... de camisas de dormir, de chinelos e de robes (gosto de roupões, mas menos); gosto mais de tomar banho à noite; gosto de mudar de roupa quando chego a casa; gosto de ter flores frescas nas jarras; gosto muito, muito de andar a pé; não gosto nada de saír de casa com louça por lavar ou a cama por fazer; gosto de ver livros antigos.
Gostava de ser mãe e entrar nas marchas de Lisboa.

Damn if I know what's been going on

Half an hour of going over the main questions/comments in a parrot like fashion:
- I hope I didnt offend them
- Do you think they like me?
- Do you think its going ok?
Its redundant, repetitious and it says the same thing over and over again. Mostly its just stupid.
Damn if I know whats going on with me.

Na ponta da língua

Das coisas que me deixa triste é a minha incapacidade para dar uma resposta certeira quando fazem comentários ou perguntas que acho que não têm que fazer. Acabo a dizer o que não quero simplesmente porque não me vem nada de melhor à cabeça para responder.
Depois fico irritadíssima e penso em imensas coisas que podia ter dito, sarcásticas, certeiras e a pôr o dedo na ferida que poriam o interlocutor no lugar que lhe compete, com a duração de várias conversas seguintes. Mas nunca é assim. Irrito-me no momento e nos momentos seguintes, com tudo entalado na garganta.
Penso com frequência na cena de um filme em que perguntavam
'- So you're going to vote against the law... or am I being indiscrete?'
'- yes... you're being indiscrete'

...

Nem é só que são inesperados. Os melhores momentos e encontros são verdadeiramente os mais improváveis.

A primeira vez

Depois de um curto e incisivo 'Repetes o que eu fizer', ficam-me as (mesmas) preocupações:
- Devo dobrar os joelhos ou esticar-me e ficar de rabo espetado
- Toco ligeiramente, toco sem dúvida ou basta o gesto
- Toco nos dois em simultâneo, num a seguir ao outro ou basta um
- Se há duas pessoas com quem tem que se repetir o cumprimento e alguém o faz antes de mim, posso começar logo ou espero que o anterior acabe

A dificuldade psicológica do choque intercultural.

Regra 3 X

Se a tia Quita pesava 57 kg e agora pesa 77, então eu que peso 63, daqui a trinta anos irei pesar...

Mão de vaca

Ainda criança, aprendi dois métodos de enriquecer que durante muito tempo julguei que fossem os únicos, e mesmo hoje em dia, me apanho a pensar neles com frequência.
Num dos extremos, a ilegalidade e o mau carácter, lido numa revista do Tintim. Um construtor decide não pagar ao homem que colocou o andaime 'Eu não enriqueci pagando aos outros. Mesmo quando eles merecem'.
No outro extremo, família afastada do lado paterno que se debatia com dificuldades e que um dia anunciou que tinha comprado uma casa na Aldeia. Eu arregalei os olhos de espanto e perguntei à minha mãe como é que era possivel que quem tinha tantos problemas conseguisse comprar uma casa (tentando imaginar o papel que o andaime poderia ter na vida destas pessoas). A resposta da minha mãe foi simplesmente 'Fazendo a conta ao número de carcaças'.
Porque houve um tempo em que dependendo do número de carcaças o padeiro ficava sempre com o troco porque nunca tinha moedas pequenas para devolver. E de tostão em tostão (literalmente) se amealha para uma casa na Aldeia.

Mais tarde aprendi noções de excedente e valor para o consumidor e custo de oportunidade, mas os dois episódios são muito mais marcantes para mim. 62 euros compram quantos papo-secos?

College Application = Job Application

Quando estava nos Estados Unidos, na febre da candidatura às universidade, lembro-me que havia sempre uma pergunta que era essencialmente porque é que a faculdade devia aceitar aquele candidato e que, numa das vezes, eu escrevi:
'My friends and family are driving me crazy, please take me.'
Agora na cover letter só me apetece escrever 'My current job and colleagues are driving me crazy, please take me.'

Preparação, II

One should always prepare for the worst and then hope that it doesn't happen.

First Lady

Ultimamente tenho pensado com frequência no papel da primeira dama, se é e deve ser um papel secundário e até onde vai a sua esfera de influência.
Se há um lugar para ficar em segundo plano e se isso faz sentido no âmbito mais alargado da vida.
Se esse segundo plano é falso porque qualquer lugar é apenas o que se fizer dele.
Se o segundo plano está de tal forma desajustado da realidade e do papel actual da mulher que já não é apreciado, esperado ou mesmo adequado.

E se colocar este post como First Lady e não como First Gentleman não é imediatamente pôr o pé na boca.

Angústia

No sábado, e em palavras, ele pôs o dedo na ferida de uma das dualidades em que vivo: gosto do mundo dos negócios porque gosto ou gosto porque tenho medo de estar a perder alguma coisa.
Perdemos a exposição da Frida. E eu pensei em há quanto tempo não ia almoçar ao CAM.
Comprado e iniciada a leitura do último livro do F.Lourenço.
Mais um episódio do 'Commander in Chief'.

Salvar o mundo

Tenho uma noção muito clara da minha pequenez e limitações. E conheço-me o suficiente para saber que nunca serei pessoa preparada ou sequer tentada a mudar o mundo inteiro. Reconheço o que está mal e reclamo muito, mas não tenho nem stamina nem perfil para grandes vôos. Admiro muito quem o é.
Mas eu, aos dias de celebração da Terra, ambiente e etc, festejo-os comprando toalhas de papel de cozinha de papel reciclável. Não tem grande glamour mas acredito que muitos pequenos fazem um grande e que nem todos têm que salvar o mundo sózinhos.

Porque sim

Apesar da pressão que sinto do que me rodeia, continuo a pensar e a defender que o que sinto, digo e penso não tem que ser regido por regras de racionalidade. À medida que o tempo passa sinto-me cada vez mais com o direito de dizer simplesmente 'porque sim' e aceitar isso como razão mais do que suficiente para justificar o que quer que seja.
Como dizer que um livro de que estava a gostar perdeu algum interesse porque descobri que o autor tinha bigode.
Às vezes apanho-me a ensaiar argumentos para uma posição que não tenho de facto porque me permite exercitar a capacidade de lógica e retórica, e isso são bens que não se podem perder. Mas não passa de um exercício.
Gosto de artigos de opinião porque sim, não gosto de autores de bigode porque sim. Um gostar não tem que se justificar.

Leituras

Terminado o 'O deus das pequenas coisas', mais por teimosia do que por vontade real.
Iniciado o 'O mundo é plano' porque o mundo está a mudar e o amanhã está já ali. E o meu amanhã passa mesmo pela Índia.
Ouvido no 'Les Maternelles', o ritual do deitar das crianças. Porque o desejo útil para o futuro.

Preparar, preparar, preparar

Impressionou-me no 'Commander in Chief' de ontem a forma como há preparação e responsabilização de tudo. Preparação de vários dias para perguntas difíceis que sabe que vão seguir.
Tão pouco como cá, em que perco tempos infindos porque ninguém pensou nos assuntos ou preparou reuniões. Ou então, em que se pensou que tudo ia correr bem e nunca se delineou um plano B e depois se fica de cara à banda com a mais simples das perguntas que, por acaso, deita tudo por terra.
Às vezes queria voltar para lá.

Quem é?

Cachimónia s.f. [pop] cabeça; juizo; memória; capacidade (do port. ant. cacho [=pescoço]?)
Catchimonia s.f. diz-se de palavra misteriosa; com significado obscuro; adaptação fonética inglesa de cachimonia